A Justiça de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, realiza, na tarde desta quinta-feira (12), a primeira audiência de instrução e julgamento do caso do estudante de medicina Carlos Eduardo Tavares de Aquino Cardoso, de 32 anos, acusado de atropelar e matar a própria mãe, de forma proposital.
A audiência começou por volta das 13h40 e, ao todo, serão ouvidas 14 testemunhas, entre elas policiais civis, militares, as cinco vítimas que estavam em um carro que foi atingido depois do atropelamento, além de Eduardo de Aquino, pai do acusado e marido da vítima.
Até a última atualização desta reportagem, o réu ainda não havia sido ouvido. Após a audiência, Carlos Eduardo retorna ao presídio de Itaperuna, no Noroeste do Rio.
Carlos Eduardo foi preso depois de atingir a mãe, Eliana de Lima Tavares, de 59 anos, pelas costas, quando ela trafegava de bicicleta elétrica na noite de 28 de outubro pela Avenida Francisco Lamego, no bairro Jardim Carioca, no distrito de Guarus. O réu é acusado de feminicídio, cinco lesões corporais culposas e por dirigir sob efeito de entorpecente.
De acordo com a denúncia, há um longo contexto de violência doméstica cometida por Carlos Eduardo contra a própria mãe, sobretudo em razão do denunciado ser usuário de drogas.
De acordo com o delegado Carlos Augusto Guimarães, que investigou o caso, além do histórico de agressões, alguns fatores comprovam que Carlos Eduardo “agiu com vontade de matar” a mãe.
“Fatores como a utilização do veículo de forma anormal pouco antes do acidente, somente acelerando o veículo naquela reta onde foi a colisão; a questão de tentar fugir do local do crime, que comprova que ele teve algum tipo de consciência naquela conduta; o menosprezo pela condição de mulher da mãe, que viu a mãe morta ali e sequer esboçou qualquer tipo de sentimento daquilo tudo; Então, fatores que nos levaram a crer que ele realmente agiu dessa forma. A questão da boa iluminação do local também foi relevante, foi crucial na verdade, porque tinha condições de ver que era a bicicleta da mãe, bicicleta amarela aquela, cor amarelo vivo, que todo mundo sabia da comunidade ali que só ela tinha aquela bicicleta. Ele mesmo sabia. Então, todos esses fatores levaram a investigação no caminho do dolo”, explicou o delegado.